O Papo é Esse

Sexo: Bem ou Mal? (Parte II)
(Silvana Lícia/Francisco Valjuan/Joamila Brito)

A Banalização da Sexualidade
Músicas, propagandas de televisão, brincadeiras entre amigos, bate-papo na hora do cafezinho, filmes, novelas, séries, futebol e até trocadilhos ambíguos feitos por professores/familiares/amigos são apenas alguns exemplos de onde encontramos referências à sexualidade diariamente.  Tão acostumados estamos a conviver com essas referências, que nós mesmos banalizamos as relações amorosas, não dando a devida importância e o devido respeito a elas quando dizem respeito diretamente a nós.

Não nos damos conta, porém, de que nós somos totalmente responsáveis pelo que ouvimos, compramos, assistimos, falamos e induzimos os outros por meio das nossas atitudes e das nossas palavras. O simples fato de reproduzirmos uma brincadeira de teor sexual a outrem já mantém em nosso inconsciente a banalização da sexualidade.

As consequências desse tipo de comportamento tão comum em nossa sociedade são desastrosas. Desilusões amorosas, estupro, violência sexual, pedofilia, suicídios e alcoolismo constituem imensas chagas sociais que poderiam ser diminuídas, caso não vulgarizássemos tanto a Força Divina do Amor da qual todos somos portadores.

É preciso, portanto, que estejamos sempre atentos aos nossos pensamentos e palavras, filtrando e reproduzindo somente aquilo que contribui para a construção da harmonia física e espiritual nossa e daqueles com quem convivemos. “Vigiai e orai para não cairdes em tentação”, disse Jesus. Vigiemos e oremos muito para resistirmos às tentações e, principalmente, para reconhecê-las. Direcionemos, portanto, nossas energias para tudo aquilo que for saudável e produtivo para a nossa reencarnação. Não é tão difícil, basta que tenhamos dedicação e disciplina! Estamos todos juntos!

O Aborto
Sua imagem deixa a todos, que a veem perplexos, e envolvidos, tão frágil, porém tão forte, em sua postura e palavras, ela é Gianna Jessen, sobrevivente de uma das das mais terríveis formas de violência que ainda existem na humanidade, o aborto. Gianna é americana e há alguns anos vem travando uma batalha dentro dos Estados Unidos da América para acabar com o aborto. Embora o país seja quase na totalidade de cristãos, a luta para aumentar aquilo que já é um fato no país, o aborto legalizado, tem sido motivo para grande preocupação de todos que buscam fazer da vida uma bandeira como é o caso de Gianna. (Veja o vídeo de Gianna no Youtube
            Aqui no Brasil cada vez mais uma corrente de pensadores, políticos, artistas e gente comum tenta trazer o aborto como sendo uma solução para problemas sociais ou um direito inalienável da mulher, quando na verdade acabam por ir contra um direito básico de qualquer ser humano, que é o direito a vida. Observamos, há alguns anos, o caso de um pai que foi junto com sua esposa, madrasta da criança, o autor de um infanticídio, quando a criança tinha cerca de 6 anos de idade. O que diríamos ao ver o caso de um bebê de apenas alguns meses? A vida não se estabelece apenas quando um indivíduo pode ser produtivo ao sistema vigente no mundo. Não! A vida é algo muito maior e mais importante que ser um número em uma estatística, essas pessoas, esses espíritos, que buscam estar de volta à Terra tem grandes Histórias de vida, dores, reparações a serem realizadas e missões a serem cumpridas.
            Por tanto aqueles que pensam no desenvolvimento social por não atentarem para as Leis universais, e uma delas é a Reencarnação, acabam tirando ou dificultando a oportunidade de grandes reformadores sociais estarem entre nós, ou deixam que irmãos nossos em humanidade fiquem sem uma oportunidade de recuperação de suas consciências dentro de um contexto de renovação em que a Terra está passando.
            Recentemente, o Uruguai descriminalizou o aborto. No Brasil, as pressões políticas tentam de todas as formas fazer do nosso um país abortista. Nós que conhecemos os dois lados da vida não podemos nos calar, devemos buscar de todas as formas fazer valer não só os nossos direitos, mas o direito de milhões de irmãos que estão na erraticidade. O Direito de Viver!



Homossexualidade: o que diz o Espírita?
Na última edição falamos sobre homossexualidade usando as palavras do nosso codificador para introduzir o tema. A escolha de apresentar o texto de Allan Kardec foi para mostrar, aos que não conheciam, ideias mais claras sobre homossexualidade na visão espírita. Nesta edição, o tema será retomado para que a exposição do assunto ganhe proporções mais próximas da nossa realidade atual.
            Sabemos, por meio do Livro dos Espíritos, que os Espíritos não possuem sexo. O sexo é próprio do corpo e a sexualidade sendo sua manifestação faz parte da experiência corporal. A orientação sexual diz respeito a forma como essas experiências são assimiladas. Como a nossa experiência no corpo não se restringe a apenas uma, a impressão que a sexualidade nos deixa é diversa.
            No âmbito das manifestações do comportamento homossexual, nos deparamos com aqueles que nos estágios da infância e da adolescência, quando é comum a sexualidade humana se evidenciar, não apresentaram nenhuma tendência externa e interna à homossexualidade, a tendência só é desencadeada em algum momento da fase adulta. Então nos perguntamos o porquê da existência desses casos. Avaliando a sutileza dos laços que nos unem aos Espíritos desencarnados somos diretamente levados a pensar nos processos que rodeiam à obsessão. Nós, enquanto seres ainda em evolução, estamos suscetíveis a diversos níveis de influência espiritual. Nada, a não ser o afastamento das viciações, nos livra de obsessões causadoras de comportamento alheio à personalidade comum a cada um de nós. Muitos dos casos de homossexualidade vistos como tardios são frutos de obsessão.
            E quem de nós nunca escutou comentários dos mais velhos, como esse: “Antigamente, não existia tantos homossexuais.”? Além da luta pelos direitos iguais e a nossa tendência evolutiva pela tolerância, percebemos um contingente maior de homossexuais também por efeito da lei de reencarnação. E como podemos explicar esse efeito? Temos conhecimento, também por intermédio das obras básicas, que o Espírito deve ter experiências no corpo como homem e como mulher, para que os valores e aprendizados próprios de cada sexo sejam igualmente absorvidos. Quando um Espírito está muito acostumado à experiência em um determinado sexo, pode ter dificuldade para se adaptar ao outro extremo, desenvolvendo assim características homossexuais (externas e/ou internas). Essas características decorrem principalmente da viciação sexual, um dos grandes empecilhos do avanço moral humano.
            Em todos os casos, o consenso cristão indica a abstinência sexual e a canalização da energia genésica para as atividades criadoras que impulsionem o progresso humano, como meios de contornar a necessidade da prática sexual.
            Neste momento, alguns me perguntarão: “E o sentimento, onde fica nessa história toda?”. O amor, sem dúvidas, é o sentimento mais nobre que existe, e prezamos imensamente por ele nas relações de todos os tipos. Muitos casais homoafetivos se amam incontestavelmente, o bom senso nos diz que isso não deve ser ignorado. Portanto, se a necessidade de conviver como casal ainda não puder ser superada, que a vida íntima seja pautada em respeito, já será um passo significativo rumo à perfeição. 


Ano III - nº 14

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Sexo: Bem ou Mal?
(Silvana Lícia/Francisco Valjuan)

Relacionamento Sexual Precoce
            O COMECE desta edição nos traz um tema sempre atual e cheio de divergências, principalmente entre pais e filhos: o sexo. Decidimos estendê-lo em dois subtemas, para abrangermos mais esclarecimentos a todos os leitores. Começando pelo começo (rsrsrs), falaremos aqui dos cuidados – principalmente espirituais – que devemos ter com as primeiras experiências sexuais do organismo físico. O relacionamento sexual é hoje demasiadamente divulgado e relativamente discutido em sociedade, porém são poucas as informações naquilo o que diz respeito ao equilíbrio espiritual que devemos ter ao pensar, ao falar e ao fazer.
            A relação sexual é, antes de tudo, uma troca de energias. Trata-se de uma das forças capazes de movimentar o Universo, uma vez que é capaz de gerar a vida! Respeito, carinho, sinceridade, companheirismo, amizade e amor são fundamentais em relação a si mesmo e ao companheiro com quem se deseje estabelecer esse grau de intimidade.
            A intimidade deve surgir primeiro no espírito, de tal forma que o sexo seja uma extensão do amor e do respeito que já se sente na alma. Entregar-se ao companheiro é confiar a ele o nosso maior bem material, o nosso próprio corpo. Tanto homens como mulheres devem considerar-se dignos de receber o outro e devem reconhecer no outro alguém digno de recebê-lo.
            Para tudo isso há um tempo certo, que não segue padrão algum. Cada um deve conhecer-se e ter em si as reservas morais e o equilíbrio necessário para saber quando avançar essa etapa da vida. A precocidade da relação sexual pode afetar negativamente todo o resto de nossas vidas, caso haja trauma psicológico. É fundamental discutir a educação sexual em família e nas escolas. Gravidez indesejada e doenças sexualmente transmissíveis são apenas parte do processo de negligência com esse setor de nossas vidas. Daí a importância de nos conhecermos e confiarmos, antes de tudo, em nós como seres espirituais.
            Todo direito requer responsabilidades. Sendo a união sexual um processo natural de amadurecimento físico, as responsabilidades e as mudanças decorrentes dela também são naturais. Nesse ponto, é importante que os pais orientem os filhos acerca das consequências, já que não se pode ter o direito de fazer, sem o dever de assumir. Como já disse Divaldo Franco (Livro Laços de Família, pg. 46), “cabe aos pais, em geral, educar os filhos, não para o sexo, como hoje aparece ser a grande preocupação da maioria, mas educar o sexo para a vida”. E acerca do casamento, Divaldo ainda acrescenta “Deveremos educar nossos filhos para uma atitude sexual salutar até o matrimônio. Por que terão que viver, antes, várias experiências para depois verificarem se querem, de fato, casar? Não será essa uma atitude permissiva, de ausência de conhecimento doutrinário? Cabe-nos educá-los, o que não quer dizer que eles serão persuadidos a seguir nossa diretriz. Concomitantemente, deveremos adverti-los que tenham cuidado, no caso de sentirem-se constrangidos pelas funções ou pela sociedade – neste momento muito abalada nos seus alicerces morais – a se entregarem ao sexo livre, explicando-lhes como ocorrem as transmissões das enfermidades infectocontagiosas através do sexo, sendo recomendável, então, que usem preservativos, para que possa manter, pelo menos, a saúde física, já que a emocional se encontrará fragilizada, trabalhando-os, ainda, para que através do amor vinculem-se uns aos outros, porque somente o amor supre as carências e necessidades sexuais. Quando amamos, o sexo entra como complemento, não sendo fundamental. Quando nos deixamos arrastar pelo sexo, o amor aparece como chama terrível de paixão momentânea, que arde na palha do desejo e logo passa...”
            Tais palavras, jovens amigos, devem sempre orbitar em nossos pensamentos e reflexões, para que ainda mais entendamos os significados do amor, da união sexual, da vida conjugal, da família. A quem não pudermos dar, e de quem não pudermos receber, sustentabilidade emocional, com certeza não é alguém com quem devamos nos unir sexualmente. Tenhamos responsabilidade e consciência de que o amor é o sentimento por excelência, necessário para regermos nossas vidas da melhor forma.

Homossexualidade, o que diz o Espiritismo?
                  Muitas pessoas dentro da Doutrina Espírita, quando se trata do tema homossexualidade, pensam não haver conhecimentos transmitidos por Kardec e os Espíritos Superiores de sua época a respeito desse polêmico tema. Preferem viver em busca de basear seus procedimentos e entendimentos, indo pela opinião particular de X, Y ou Z, mas para a nossa grata felicidade, o mestre iluminado de Lyon nos esclareceu como entender essa face da psicologia humana e que tantos corações jovens ou adultos e, até mesmo na infância, tem se enervado em busca de apoio para solucionar seus anseios e ter uma vida reta e feliz baseando-se nas leis universais. Acredito que todos que estão lendo esse nosso artigo, se não conhecem, devem estar ansiosos para saber o que Kardec disse sobre a Homossexualidade, então sem mais delongas vejamos o raciocínio equilibrado e pautado na Lei de Deus que Kardec sempre nos passa seja qual for o assunto:
            “...Os Espíritos devendo progredir em tudo e adquirir todos os conhecimentos, cada um é chamado a concorrer aos diversos trabalhos e a suportar os diferentes gêneros de provas; é por isto que renascem alternativamente como ricos ou pobres, senhores ou servidores, operários do pensamento ou da matéria.
            Assim se encontra fundado, sobre as próprias leis da Natureza, o princípio da igualdade, uma vez que o grande da véspera pode ser o pequeno do dia de amanhã, e reciprocamente. Deste princípio decorre o da fraternidade, uma vez que, nas relações sociais, reencontramos antigos conhecimentos, e que no infeliz que nos estende a mão pode se encontrar um parente ou um amigo.
É no mesmo objetivo que os Espíritos se encarnam nos diferentes sexos; tal que foi homem poderá renascer mulher, e tal que foi mulher poderá renascer homem, afim de cumprir os deveres de cada uma dessas posições, e delas suportar as provas. A Natureza fez o sexo feminino mais frágil do que o outro, porque os deveres que lhe incumbem não exigem uma igual força muscular e seriam mesmo incompatíveis com a rudeza masculina. Nele a delicadeza das formas e a fineza das sensações são admiravelmente apropriadas aos cuidados da maternidade. Aos homens e às mulheres
são, pois, dados deveres especiais, igualmente importantes na ordem das coisas; são dois elementos que se completam um pelo outro.
            O Espírito encarnado sofrendo a influência do organismo, seu caráter se modifica segundo as circunstâncias e se dobra às necessidades e aos cuidados que lhe impõem esse mesmo organismo. Essa influência não se apaga imediatamente depois da destruição do envoltório material, do mesmo modo que não se perdem instantaneamente os gostos e os hábitos terrestres; depois, pode ocorrer que o Espírito percorra uma série de existências num mesmo sexo, o que faz que, durante muito tempo, ele possa conservar, no estado de Espírito, o caráter de homem ou de mulher do qual a marca permaneceu nele.
            Não é senão o que ocorre a um certo grau de adiantamento e de desmaterialização que a influência da matéria se apaga completamente, e com ela o caráter dos sexos. Aqueles que se apresentam a nós como homens ou como mulheres, é para lembrar a existência na qual nós os conhecemos. Se essa influência repercute da vida corpórea à vida espiritual, ocorre o mesmo quando o Espírito passa da vida espiritual à vida corpórea. Numa nova encarnação, ele trará o caráter e as inclinações que tinha como Espírito; se for avançado, fará um homem avançado; se for atrasado, fará um homem atrasado. Mudando de sexo, poderá, pois, sob essa impressão e em sua nova encarnação, conservar os gostos, as tendências e o caráter inerentes ao sexo que acaba de deixar. Assim se explicam certas anomalias aparentes que se notam no caráter de certos homens e de certas mulheres.
            Não existe, pois, diferença entre o homem e a mulher senão no organismo material que se aniquila na morte do corpo; mas quanto ao Espírito, à alma, ao ser essencial, imperecível, ela não existe uma vez que não duas espécies de alma; assim o quis Deus, em sua justiça, para todas as suas criaturas; dando a todas um mesmo princípio, fundou a verdadeira igualdade; a desigualdade não existe senão temporariamente no grau de adiantamento; mas todas têm o direito ao mesmo destino, ao qual cada um chega pelo seu trabalho, porque Deus nisso não favoreceu ninguém às expensas dos outros.” (Revista Espírita, Janeiro de 1866, Artigo: As Mulheres tem Alma?)

            Portanto, amigos, após ler esse artigo não podemos mais argumentar que a Doutrina Espírita não esclarece sobre a questão da homossexualidade temos que lembrar sim que o Espírito não tem sexo, mas não para justificar desregramentos e sim para saber que a experiência na carne é para a evolução do Espírito. Se estamos, num corpo material saibamos honrá-lo de maneira que não venhamos a repetir erros do passado.

Ano III - nº 13

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O Jovem e o Movimento Espírita
(Silvana Lícia)

O COMECE desta edição convida você, leitor amigo, a fazer uma pequena pesquisa em sua casa, no trabalho, na escola ou onde quer que você esteja durante a leitura desta coluna. Inicialmente, experimente perguntar a alguém (ou a si próprio), quais as primeiras palavras/ideias que surgem em sua mente quando escuta falar a palavra Juventude ou Jovens. Provavelmente, amigo leitor, você ouvirá outras como ideologia, liberdade, coragem, iniciativa, atitude... E há também quem diga que ser jovem é ser conjuntamente um pouco imaturo, sonhador, inexperiente e/ou rebelde... Porém, quando associamos Juventude e Religião, as opiniões começam a mudar!
            Ao questionarmos a respeito de jovens que dizem professar uma determinada religião, a maioria das pessoas tende a taxá-los como jovens mais “ajuizados”, responsáveis, como se amadurecessem um pouco mais rápido. Em se tratando de jovem espírita, obtemos respostas mais consistentes daqueles que conhecem os trabalhos de Assistência Social praticado por jovens em Centros Espíritas.
            O tema agora é O Jovem e o Movimento Espírita. De fato, a maioria das religiões tem por objetivo maior melhorar o homem, demonstrando a importância do bem, portanto é de se esperar que os religiosos se esforcem para serem pessoas melhores. Como espíritas, sabemos que é exatamente isso que nos faz dizer que o somos: o esforço que fazemos em superar as nossas imperfeições. Como jovens espíritas, sabemos que devemos contribuir sempre para o Movimento Espírita, mas, muitas vezes, nós achamos que essa contribuição se limita a comparecer às aulas de mocidade, participar dos eventos de arte, de estudo, fazer o evangelho no lar e permanecer se esforçando para ser uma pessoa melhor. Sem dúvidas, essas atividades nos fazem jovens espíritas, porém o Espiritismo nos convida a ir além do discipulado cristão. O Espiritismo nos convida ao apostolado do Cristo. O Movimento Espírita precisa não só de jovens assistindo, mas também de jovens trabalhando para que ele aconteça! Movimento Espírita é o conjunto das atividades que têm por objetivo estudar, divulgar e praticar a Doutrina Espírita – contida nas obras básicas de Allan Kardec – colocando-a ao alcance e a serviço de toda a Humanidade. Estudo, divulgação e prática abrem um leque enorme de atividades esperando por jovens determinados a darem continuidade a elas, a enriquecerem os trabalhos com ideias novas, boas energias, disposição e seriedade no centro espírita em que frequenta ou mesmo em outros centros.
            Nesse contexto, reproduzimos aqui um texto de Eurípedes Barsanulfo sobre Juventude!

Todos sabemos que a juventude no corpo somático pode ser considerada um amanhecer, todavia, é mister receber a madrugada da esperança com harmonia interior, a fim de que a esperança não se converta em taça de conteúdo ácido ou amargo.
Juventude é também entusiasmo. No entanto, quando o entusiasmo não frui a condição da experiência, se transforma em loucura e anarquia.
Juventude é bênção. Entretanto, conduzida pela indisciplina, deixa-se arrastar a lamentáveis perigos.
Juventude é porta de serviço. A porta, porém, que jaz aberta, ao abandono, se transmuda em valhacouto de salteadores e vagabundos.
Juventude é igualmente o amanhã. Não obstante, se o hoje não se edifica sobre os alicerces das ações superiores, o porvir surge assinalado pelas sombras dos remorsos e arrependimentos tardios quanto inoperantes.
Assim, convém joeirar desde hoje o solo do futuro com as ferramentas da ação nobilitante. Indispensável agir dentro da tônica do Evangelho Restaurado, a fim de que as emoções não desçam ao padrão das sensações primitivas, nem a inteligência venha a jazer, subalterna, sob os implementos e impositivos das constrições do passado…
O espírita é alguém que encontrou a rota. Após achá-la, não se pode permitir a posição insensata ou frívola de quem não persegue coisa alguma, anulando-se nas ações intempestivas e desastrosas.
O espírita é o ser que descobriu tesouros inapreciáveis, não se podendo permitir a veleidade de atirar fora as preciosas gemas ouríferas das oportunidades não fruídas.
Inadiável o dever de seguir e viver o Evangelho puro de Nosso Senhor Jesus Cristo, na sua beleza e seriedade primitivas, conforme os impositivos estabelecidos pelo próprio Rabi Galileu, que até hoje trabalha em regime de tempo integral, a favor da nossa libertação triunfante.
Jesus, hoje, é o mesmo de ontem, ensinando-nos comportamento austero face às grandes concessões da corrupção hodierna e dos desajustes de toda ordem que campeiam vitoriosos.
Não nos equivoquemos, nem realizemos a experiência espiritista, como se nos encontrássemos sob a compulsória de leis irreversíveis, dominando nossa ignorância. Assumimos um compromisso voluntário antes do berço, responsabilizando-nos pela desfraldar da bandeira da Boa Nova, numa Humanidade sedenta de paz, bem como concordamos em reacender a tocha do Evangelho Vivo, no momento em que dominam as sombras da perturbação, facultando ao homem entrar em colapso, não obstante as suas conquistas técnicas.
Este momento é, portanto, de integração no espírito de Cristo.
Não negaceemos ante o dever; não regateemos esforços.
Integremo-nos na ação libertadora e marchemos intimoratos e intemeratos, na certeza de que Jesus marcha conosco esperando que cumpramos com o nosso dever.
Juventude! O meio-dia começa nos primeiros minutos após a meia-noite, assim como o futuro corre mediante as rodas do presente. É necessário calçar as sandálias da humildade e plasmar no espírito que tem sede de amor o código de equidade e de justiça, a fim de que o arrependimento tardio não assinale as horas futuras, após a impulsividade ou a intemperança.
Avancemos, portanto, servindo, amando e instruindo-nos, porque se o serviço fala da qualidade das nossas convicções, se o amor nos desvela os sentimentos e a instrução nos conduz aos píncaros da sabedoria, só a caridade, como consequência, são as mãos do Cristo, transportando-nos à montanha da sublimação evangélica, onde nos integraremos no vero ideal da felicidade que perseguimos.
Ribeirão Preto, SP, em 13 de março de 1971.
(Fonte: Sol de Esperança, de Divaldo Pereira Franco – Diversos Espíritos).

            Portanto, queridos amigos, o COMECE deixa aqui a reflexão, especialmente para os jovens, de que o trabalho no Movimento Espírita é uma consequência natural para quem compreendeu os verdadeiros propósitos da Doutrina. Aprendamos com os mais experientes e doemos a nossa energia e boa vontade para o fortalecimento e a perpetuação da Doutrina que marca a Alvorada Cristã da atualidade. Um grande abraço a todos!
Ano III - nº12

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A Ciência do Perispírito
(Silvana Lícia)

O COMECE desta edição vem debater um tema que pode parecer complicado, mas nem sempre o que requer estudo é algo difícil de entender: a Ciência Espírita.
O Espiritismo é mais divulgado pela mídia em seu aspecto fenomenológico resumindo-se, na maioria das vezes, à “aparição” de espíritos e a comunicações mediúnicas. Entretanto, todos os que iniciam os estudos doutrinários “descobrem” logo no início que é uma doutrina de tríplice aspecto – Científico, Filosófico e Religioso. O seu aspecto científico foi desenvolvido por Allan Kardec, que se dedicou arduamente a pesquisas, despertando os maiores cientistas da época para a realidade dos fenômenos espíritas, fundando, inclusive, a Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas como entidade científica e não religiosa.
Nesse contexto, desafiamos você a se arriscar e dizer sobre o que falaremos “cientificamente” [rsrsrs], somente com essas palavras-chaves: bicorporeidade, plasticidade, luminosidade, unicidade e mutabilidade.
Se você estranhou porque nunca ouviu falar em nenhuma dessas palavras, está na hora de estudar um pouco mais para saber que estamos falando de Perispírito! Em O Livro dos Médiuns, Kardec esclareceu:
"Numerosas observações de fatos irrecusáveis, dos quais falaremos mais tarde, conduziram a esta consequência de que há no homem três coisas: 1ª alma ou Espírito, princípio inteligente em que reside o senso moral; 2ª o corpo, envoltório grosseiro, material, do qual está temporariamente revestido para o cumprimento de certos objetivos providenciais; 3ª o perispírito, envoltório fluídico, semimaterial, servindo de laço entre a alma e o corpo.
A morte é a destruição, ou melhor, a desagregação do envoltório grosseiro, daquele que a alma abandona; o outro se separa e segue a alma que se encontra, dessa maneira, sempre como um envoltório; este último, se bem que fluídico, etéreo, vaporoso, invisível para nós em seu estado normal, não deixa de ser matéria, embora, até o presente, não pudéssemos apanhá-la e submetê-la à análise.
Este segundo envoltório da alma ou perispírito existe, pois, durante a vida corporal; é o intermediário de todas as sensações que o Espírito percebe, aquele pelo qual o Espírito transmite sua vontade ao exterior e age sobre os órgãos. Para nos servir de uma comparação material, é o fio elétrico condutor que serve para a recepção e a transmissão do pensamento; é, enfim, esse agente misterioso, inacessível, designado sob o nome de fluido nervoso, que desempenha um grande papel na economia e do qual não dá bastante conta nos fenômenos fisiológicos e patológicos. A Medicina, não considerando senão o elemento material ponderável, se priva, na apreciação dos fatos, de uma causa incessante, de ação. Mas não é aqui o lugar de examinar essa questão; faremos somente notar que o conhecimento do perispírito é a chave de uma multidão de problemas até agora inexplicados."
Dessa forma, como disse Kardec, o períspirito “é a chave de uma multidão de problemas até agora inexplicados”. No meio acadêmico, existem pesquisas relacionadas a esse corpo energético – que para nós, espíritas, é o Perispírito – recebendo várias denominações, como Campo Bioenergético, Modelo Organizador Biológico, Campo Morfogenético e Campo Estruturador da Forma. O renomado professor Rupert Sheldrake, especialista em bioquímica e biologia celular, membro da Frank Knox, em Harward e com doutorado em Cambridge, no livro “Diálogos com Sábios e Cientista”, de Renee Weber, afirma que para que haja uma formação biológica, deve existir um “campo morfogenético”. Ele diz “Algo mais profundo do que o acaso cego domina e governa o mundo material. Esses campos invisíveis, matrizes de todas as formas, mostram o comportamento da evolução, e operam ao longo do tempo e do espaço, numa ligação ‘teleativa’ de organismos que também têm implicações na Parapsicologia”.
Assim, não tardará para que a Ciência Global, enfim, admita a existência do mundo espiritual, fortalecendo ainda mais a ciência espírita e propagando o amor de Deus como a grande força criadora do universo.

O nosso desafio continua valendo! [rsrsrs]. Aos que ainda não sabem o que são as palavras-chave, daremos apenas uma dica: são características do Perispírito. Mas você, leitor amigo, inspire-se nessa onda científica que o COMECE trouxe e busque mais informações a respeito de cada uma delas, para ficar ainda mais esclarecido. Grande abraço a todos!

Ano III - nº11

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Astrologia e Espiritismo
(Francisco Valjuan)

            A cada novo ano, somos surpreendidos por previsões astrológicas, um costume milenar, que não só é envolto em grandes mistérios, como é carregado em grandes preconceitos. Nós, Espíritas, não devemos ser aqueles que propagam preconceitos, no entanto devemos analisar tudo através da razão para que não sejamos presas do erro. Portanto, vamos analisar a luz dos esclarecimentos advindos da Espiritualidade, coordenada pelo Espírito de Verdade e, tendo como grande mensageiro, o apóstolo das análises desapaixonadas, que foi Allan Kardec. Vamos, com a ajuda do que ele escreveu nas obras básicas, meditar sobre o hábito de crer em previsões astrológicas.
            Os povos antigos tinham no costume de analisar as estrelas uma ferramenta fundamental para localizar-se. Diante de um mundo hostil, sem tantas possibilidades de informação e tecnologia, como o GPS que temos hoje, e com uso de poucos conhecimentos, acabaram pondo nas imagens vistas das estrelas características próprias da sua vida cotidiana e da personalidade observada em seres da natureza. Quando achavam a imagem lá longe nas estrelas um pouco parecidas com aquilo que era de seu uso comum, ou do seu convívio, logo batizavam as constelações com o seu nome. Assim surgiu o hábito de relacionar as épocas do ano com constelações e juntar a imagem com um conceito, unindo essa imagem a característica de pessoas nascidas em tais períodos do ano. Juntando tudo isso a conhecimentos iniciáticos que podem até ter sido perdidos na poeira do tempo. Neste contexto surgiu a Astrologia, que vagamente nós conhecemos na contemporaneidade.
            Você leitor já deve saber o nome de seu signo, as características deste, e até mesmo deve sentir-se identificado com ele, com sua personalidade e manter uma relação de grande curiosidade por isso parecer tão bem alinhado. Isso se dá porque nós Espíritos encarnados, num mundo de provas e expiações, somos portadores de características muito parecidas provindas de situações semelhantes. Exemplifiquemos, o horóscopo diz que uma pessoa de Câncer tem as seguintes características, sonhador, ambicioso, amante de aventuras, ciumento e sensual, poderíamos dizer que apenas as pessoas de câncer têm essas características? Obviamente não. Na vida somos a construção contínua de nossas ações e hábitos desta e de existências passadas e só cabe a nós mudarmo-nos para melhor, modificando assim a nossa personalidade sem que para isto devamos esperar a mudança da posição dos Astros.
            Neste ponto do texto, o leitor amigo já deve estar pensando assim – Ah, mas a opinião do autor deste texto é contrária a leitura da sorte através dos astros, mas a Doutrina Espírita? E a Codificação tem algo a dizer aos Espíritas sobre o Assunto? Então, para os amantes dos estudos da Doutrina Espírita, encerramos o nosso papo do momento com palavras de Kardec sobre esse assunto, contidas no Livro ‘A Gênese” no seu Capítulo V (cinco) item 12, “Desde que esses grupos (constelações) não existem senão em aparência, o significado que uma crença vulgar supersticiosa lhe atribui é ilusório, e a sua influência não poderia existir senão na imaginação.”

Ano  III - nº 10


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O bom papo da Caridade
(Francisco Valjuan)

“Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse caridade, seria como o metal que soa ou como o sino que tine. Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e a caridade, estas três, mas a maior destas é a caridade.” (I Coríntios 13:1, 13)

Qual o verdadeiro sentido da palavra caridade, como a entendia Jesus?
Benevolência para com todos, indulgência para a imperfeição dos outros, perdão das ofensas.” (Livro dos Espíritos – Parte terceira – cap. 12, perg. 886)
           
            Quase todo mundo que entra em contato com Doutrina Espírita sabe que o nosso lema é “Fora da Caridade não Há Salvação!”. Posto isso, fica uma indagação: salvar-se de quê? Lembremos que a maioria das práticas religiosas visa livrar as pessoas de um mal que lhe condenará eternamente. Todavia, para o Espiritismo não existe mal irremediável, todos temos como realizar o que ficou pendente, através da Reencarnação.
            A Reencarnação trazendo seres que erraram, e acertaram também, de volta ao palco de suas aventuras existenciais, certamente porá em evidência comportamentos que se não forem visto com o prisma do Espiritismo, dará a impressão de que estamos vivendo um caos. Crianças e principalmente adolescentes dão exemplos constantes de falhas morais visíveis. Por exemplo, podemos encontrar num fenômeno muito discutido atualmente, dentro das relações sociais juvenis, chamado bullying um sintoma claro dessa desarmonia interior vivida por crianças e jovens do mundo todo.  E o que poderia ocasionar esse tipo de fato? O conhecimento que a Doutrina dos espíritos nos passa demonstra que o Orgulho e o Egoísmo são os fatores primordiais de toda falha moral, assim sendo, o bullying ou nasce ou do Orgulho ou do Egoísmo ou de ambos.
            O egoísmo faz com que jovens pensem que somente aqueles que seguem o padrão considerado o correto é que tem o direito de gozar de uma vida social tranquila, portanto passam a atormentar os que fogem da “normalidade”. O orgulho, por sua vez, faz com que esse mesmo jovem considere-se superior aos outros por ser o indivíduo dominante dentro das situações de convívio escolar, familiar e outros. Assim, podemos ver claramente que a falta de  caridade na vida do  jovem é primordial para torná-lo um ser com deficiências morais que não sendo bem orientadas e conduzidas promoverão repetições de erros do passado gerando sempre uma dor que poderia ser evitada.
            Foi passando por cima do orgulho de ter posses e situação privilegiada, que o jovem Francisco de Assis conseguiu transformar sua vida num raio de luz a iluminar a Terra. Foi vencendo o Egoísmo que desde a infância e Juventude Francisco Cândido Xavier deu ao Brasil e ao mundo um dos maiores exemplos de dedicação ao bem e ao próximo, perdoando e servindo à causa do bem sem pedir reconhecimento ou recompensas.
            A busca de salvação deve ser uma busca acima de tudo da salvação dos melhores sentimentos em detrimento dos piores, mas as pessoas tem preferido buscar a salvação por meios exteriores em vez de melhorar seu convívio com o próximo. Só aprendendo a conviver com quem tem diferenças, perdoando, amparando, amando de fato é que poderemos salvar o que há de melhor em nós, para uma crescente evolução onde a caridade se fará cada vez mais presente em nossas vidas.

Ano II - nº09

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Lei de Sociedade e as Redes Sociais
(Francisco Valjuan)

768. Ao buscar a sociedade, o homem obedece tão somente a um sentimento pessoal ou haverá nesse sentimento um objetivo providencial de ordem mais geral?
“O homem deve progredir. Sozinho, isto não lhe é possível, por não dispor de todas as faculdades; falta-lhe o contato com os outros homens. No isolamento ele se embrutece e definha.”
Nenhum homem dispõe de faculdades completas. Mediante a união social eles se completam mutuamente, para assegurarem o seu bem-estar e progredirem. É por isso que, precisando uns dos outros, os homens foram feitos para viver em sociedade e não isolados. (O Livro dos Espíritos, Perg. 768, Ed. FEB, Tradução Evandro Noleto Bezerra)

         O Mundo seria o mesmo sem a vida em conjunto, sem a vida em sociedade? A Lógica nos diz que não. O leitor, neste momento, que lê o Comece pode estar meio aborrecido pelo som alto que o vizinho está escutando, principalmente quando a música não é de um teor muito elevado; ou mesmo gostando da música que o vizinho bota pra tocar, pode não estar contente por ter um irmão que tem manias que não são legais. Esses são aspectos um pouco ruins da vida em sociedade. Agora imagine o que representa isso quando você está junto a milhões de pessoas, num mesmo espaço, onde quase todas são ilustres desconhecidas e mesmo aquelas que você pensava conhecer começam a demonstrar gostos e comportamentos que são inéditos.
         Os Espíritos que coordenam a evolução humana, prepostos do Espírito de Verdade, incentivam todas as formas da evolução moral. Por isso, neste momento em que eles não cessam de nos chamar a uma reforma de condutas, pensamentos e maneiras de relacionamento com o próximo que visam o processo regenerador da Terra, os bons Espíritos utilizam-se da revolução social e de popularização de informação, por meio da internet, popularizando assim a mensagem do Cristo, através das redes sociais. A lista de grupos, fóruns, comunidades, sites, blogs e derivados que visam levar a mensagem Espírita ao grande público têm crescido de forma exponencial.
         A resposta a tanto estímulo tem sido pessoas que ao conhecerem um pouco buscam mais, querem ler, compram livros, opinam, discutem e até discordam, pois não adianta receber tudo sem critérios de avaliação, sem uma postura racional que é a marca registrada de um bom Espírita. Mas aspectos que não são muito agradáveis também acontecem, como difamação de pessoas que procuram trabalhar pelo bem de todos, conceitos básicos são distorcidos por pessoas despreparadas ou que tem por objetivo criar uma sombra a eclipsar a luz que vem de Deus.
         Neste momento grave da vida onde precisamos orar e vigiar para não cometermos erros e injustiças, nós temos de vencer toda e qualquer postura de isolamento e espírito de seita, por um mundo onde a fraternidade seja uma bandeira levantada por todos, ou pela grande maioria. Isso sendo levada a frente pelo Espírita constituirá num começo de harmonia nesse mundo tão atribulado.
         Assim sendo, vamos buscar propagar o amor, a paz, a caridade e o perdão, seja através da palavra falada ou escrita, seja entre aqueles que vivem conosco e os que estão longe, mas perto do coração, sejam aqueles que conhecemos de longa data ou que acabamos de adicionar em nossa rede social. Pois nascemos para viver em sociedade, e a integração maior entre os irmãos em humanidade tornará o planeta um todo harmônico. Portanto, não durma na rede!


Ano II - nº08

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