Cantar também é Viver
(Márcio Henrique)
Olá Pessoal, no
Recordar é Viver dessa edição vamos descobrir que Cantar é Viver, e viver com
muita alegria e boas energias, pois é isso que esse grupo querido nos fornece.
Fomos conversar com Jahannes, um dos fundadores do grupo, que nos permitiu
conhecer um pouco da história do Cantar é Viver que comemora 10 anos.
Como o grupo se formou? Quais os
objetivos do grupo no princípio?
O grupo
foi idealizado pelo Daniel Fagner e por mim em meados de 2001, na Mocidade
Espírita do Centro Espírita André Luiz - CEAL. Lembro que discutíamos que as
músicas que ouvíamos no centro espírita não atraíam e nem sensibilizavam os
jovens de nossa mocidade pelo simples fato de não serem feitas para eles.
Achávamos que as “músicas do caderninho” (era assim que denominávamos) eram
“melosas” e de melodia maçante.
Desta forma, começamos a esboçar um
projeto musical que tivesse o jovem como foco propondo músicas com melodias que
agradassem esse público sem perder o conteúdo doutrinário. De início o grupo
era composto por 15 pessoas todos jovens da nossa mocidade. Tínhamos apenas um
violão, uma pandeirola e muita boa vontade. Começamos a compor algumas músicas
além de fazer diversas versões de músicas já conhecidas do movimento espírita.
Portanto, o objetivo do nosso grupo se resumia a apresentar músicas que
agradassem os jovens.
O Cantar é Viver construiu nesses 10
anos um grande espaço no coração do movimento
espírita juvenil. Aumentaram as responsabilidades com o trabalho nesse período?
Com certeza,
amadurecemos muito nesses anos. Antes cantávamos e tocávamos para nos divertir
e para agradar o público jovem. Hoje compreendemos que o nosso trabalho é mais
amplo. Além do entretenimento nossa música busca a formação do espírito. Temos
um grande cuidado no processo de composição e produção de cada trabalho, pois
objetivamos hoje que nossa música possa trazer alegria e entretenimento através
de ritmos diversificados e reflexão por meio de letras que não fazem apenas
proselitismo do Espiritismo, mas que buscam a construção de um ser espiritualizado
e transcendente.
Além disso,
buscamos o aperfeiçoamento técnico e instrumental. Incrementamos diversos
instrumentos percussivos, bateria e um baixo. Tivemos diversas aulas de técnica
vocal, expressão corporal e arranjo. Diversos companheiros nos auxiliaram nesse
aprendizado entre eles podemos destacar Aristides Barros, Reginauro Souza,
Tarcísio Lima, José de Castro, Geórgia Alencar, Vandemberg e muitos outros.
Quais são os atuais projetos do Cantar é
Viver?
Estamos finalizando a produção do
nosso primeiro CD. Já estamos há dois anos batalhando para construir um
trabalho com qualidade técnica e doutrinária. Passamos por muitas dificuldades
financeiras e de disponibilidade de tempo para a gravação e produção do CD, mas
o ideal nos faz fortes para prosseguir sem desistir. Estamos nos organizando
para lançarmos este trabalho no I Encontro Nacional de Artistas Espíritas que
acontecerá entre os dias 7 e 10 de junho deste ano no Convento das Irmãs
Cordimarianas, em Caucaia-CE.
Estamos também reativando o e-mail, Facebook
e blog para estreitar cada vez mais os laços entre a banda e o público.
Além disso, iniciamos um trabalho que
chamamos de “palestra musicada” onde além de cantar discutimos o conteúdo das
letras e a importância da arte espírita na divulgação e difusão do Espiritismo
e no nosso desenvolvimento como ser integral.
Estamos realizando essa atividade em mocidades e em reuniões públicas de
alguns grupos espíritas.
O que significa fazer
Arte Espírita para Jovens?
No livro O Espiritismo na Arte Léon Denis atenta
que “A arte bem compreendida é poderoso meio de elevação e de renovação. É a
fonte dos mais puros prazeres da alma; ela embeleza a vida, sustenta e consola
nas provas, e traça com antecedência, para o espírito, os caminhos para o céu.”
Seguindo essa lógica fazer arte espírita para os jovens significa buscar essa
elevação e renovação. Almejar que o nosso trabalho possa sensibilizar e
alimentar a alma com os mais puros sentimentos. Isso tudo sem desconsiderar as
necessidades e os gostos próprios dessa faixa etária. Certa vez fomos
criticados em um centro espírita porque cantamos um samba de nossa autoria
chamado Sambinha do Amor. Ora, é
próprio da juventude o gosto de ritmos dançantes. Por que não usar isso para
alcançá-los. Discutir que esse ou outro ritmo é impróprio não é urgente. Não
nos esqueçamos: fazer com que os jovens conheçam e internalizem a proposta
espírita e os ensinamentos de Jesus para que estes possam se tornar Homens de Bem,
isso sim é fundamental e imprescindível.
Um trecho de uma música que represente o
grupo?
“Porque cantando vou crescer
Por isso, Cantar é Viver!
Pois quando canto fica tudo tão bom”
Ano III - nº11
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Recordações da MECX
Vamos conhecer agora um pouco de como era a Mocidade Espírita
Chico Xavier através das lembranças da nossa companheira Grace.
Como
surgiu o interesse por trabalhar na Mocidade Espírita Chico Xavier (MECX)?
Aconteceu
de forma bem natural. A MECX possui uma dinâmica muito envolvente e
acolhedora. Os jovens que chegam a MECX passam a se sentir em família e comigo
não foi diferente, tive muita vontade de retribuir o carinho que recebi desde o
início e lá as portas estão sempre abertas para a participação dos jovens que
busquem se comprometer com o trabalho no bem.
Como
foram suas primeiras participações na mocidade?
Foi
bem atípica minha chegada a MECX! Acreditem, fui a primeira vez a
uma confraternização... e só conhecia uma pessoa que estava afastada a um
tempão! A Camilla (minha grande amiga que me levou ao centro espírita João, o
Evangelista) estava em minha casa e comentou que haveria uma festa brega na
escola de um amigo e que ela estava com muita vontade de ir, mas não queria ir
só. Ela insistiu e conseguiu que eu fosse com mais duas amigas. O fato é que a
festa foi muito divertida e como eu não havia me vestido de brega, já me
pediram para participar do júri que escolheria a melhor indumentária brega. Fui
recebida em uma confraternização de um grupo como se já fizesse parte dele. Nas
participações seguintes fui me envolvendo mais e mais e admirando ali o espaço
de aprender e de amar o trabalho espírita. Amei!
O que
você sente mais saudade da MECX?
Das
campanhas! A MECX é uma mocidade com muito envolvimento social, participando
sempre das atividades de assistência do CEJE como grandes colaboradores. Posso
citar a ligação com a campanha Auta de Souza, ajudando na arrecadação de
alimentos para as comunidades da CEMAN e da CECAC assistidas pelo
CEJE; a campanha da higiene arrecadando kits de higiene para as crianças dessas
comunidades, em colaboração com a equipe de evangelizadores; a campanha
do brinquedo; a campanha do desarmamento infantil; a festa junina
que reúne trabalhadores e assistência; as visitas a abrigo de
idosos, orfanatos... e na época que cheguei estava começando a campanha de
vendas do CD "Por um mundo melhor" para a compra da nossa sede. Enfim
dá saudade dessa animação toda, do ambiente de carinho, integração e
responsabilidade dos jovens da MECX.
Como
era o seu relacionamento com os jovens?
Viiiixe...
acho que eu era a mãe... às vezes cobrava, as vezes passava a mão na cabeça
deles, aconselhava, ouvia e amava cada um.
Porque
a escolha de trabalhar com jovens?
Ano III - nº 10
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Lembranças da MEJA
(Márcio Henrique)
Nessa edição do COMECE, o
Recordar é Viver foi atrás de alguém que esteve presente num momento
importantíssimo da MEJA (Mocidade Espírita Joanna de Angêlis). Cacilda
Cavalcante foi coordenadora da MEJA, e permitiu ao COMECE e a você leitor,
viver e reviver experiências prazerosas dessa mocidade através de relatos de
suas boas lembranças.
COMECE: O que mais lhe marcou nos tempos em que trabalhou
com a MEJA?
Cacilda:
Muitas coisas acabam marcando para a vida inteira, como os amigos que
conquistamos e que até hoje são parte importante da nossa vida. As lições espíritas, que como
coordenadores tanto repetimos, que vem imediatamente à nossa lembrança nos
momentos difíceis que passamos. Por exemplo, quando sofri um acidente de
trânsito com minha família, só eu fiquei acordada e pude ajudar a todos. Na
hora eu só pensava nos estudos da MEJA e os conceitos me vinham ao pensamento. "Nada acontece por acaso".
"Nós nunca estamos sós". "Deus é Pai infinitamente justo e
bom". "Tudo na vida é lição e aprendizagem para quem se dispõe a
aprender". "A morte não existe como o Fim". Repeti tantas
vezes esses e outros conceitos que só me restava mostrar o quanto eles eram
verdadeiros para mim, na prática.
COMECE: O que mais motivava
o jovem a estar na Mocidade?
Cacilda:
O ambiente fraterno de muita amizade e cumplicidade onde todos eram acolhidos
de braços abertos, com muita alegria, música e arte.
O jeito de todos se sentirem importantes
e corresponsáveis pela MEJA. Nós éramos a MEJA e todos colaboravam com ela como
podiam. Nós também costumávamos nos encontrar fora da MEJA. Víamos o pôr do sol
na praia juntos, subíamos a serra de Maranguape, fazíamos evangelho na casa dos
amigos que precisavam. Nós tínhamos sempre um objetivo a
conquistar juntos; a cada trimestre havia um projeto, um seminário (SEMJEFOR I,
II e III), uma confraternização (DIEL- Dia de Integração, Estudo e Lazer) ou um
passeio mais longo a uma casa de praia ou serra com muitas atividades (para
tanto, tínhamos o cofrinho da MEJA). Outra
coisa que nos motivava e unia eram os trabalhos assistenciais que fazíamos a
cada domingo (Lar Torres de Melo, Campanha do Quilo, Colônia de Hansenianos e Santa
Casa de Misericórdia). Nós nos encontrávamos no Torres de Melo, fazíamos a
visita e depois íamos todos juntos caminhando e cantando até a Comunhão
Espírita para a reunião da MEJA. Cada um participava do trabalho que se
identificasse, não era obrigatório, mas a maioria participava de todos.
Cacilda:
Em 1991 a FEB promoveu um Congresso Internacional de Espiritismo em Goiânia. Lá
estiveram representados todos os estados da Federação e mais seis países da
América e Europa para troca de experiências sobre como melhor conhecer e
estudar a Doutrina em todas as faixas etárias. Para tanto, a FEB reuniu os
melhores trabalhos do Brasil a esse respeito, o grupo sulista que elaborou o
primeiro modelo de ESDE, os melhores modelos de evangelização infantil e
a MEJA como melhor mocidade. Por isso o Irmão Benvindo Melo (Presidente da
FEEC) me levou até lá para que eu pudesse mostrar como a MEJA funcionava, todas
as atividades que realizávamos e servir de orientação para outras mocidades.
COMECE: O que você trás da
MEJA até hoje?
Cacilda:
As Lições, os Amigos e as melhores lembranças da minha vida.
Cacilda:
O Amor, a Vivência Doutrinária e a Disciplina.
Ano II - nº09
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Grupo Fantasia - 10 anos de Esperança e Alegria
(Denise Ferreira
– denise.cr@hotmail.com)
1º dia de atividades do GF |
A partir dessa experiência, surgiu a
ideia de criar um grupo que levasse ensinamentos cristãos e muita alegria para
crianças carentes, fantasiando-se para visitá-las, semanalmente. Nascia aí o
Grupo Fantasia (GF), como uma proposta de trabalho de visitas diferenciada do
que já havia no centro espírita.
Algumas semanas depois, com um pequeno projeto
pronto e alguns objetivos traçados, o Grupo começava suas atividades, com 15
componentes divididos em três subgrupos. Os primeiros locais assistidos foram a
Casa Família Maria Mãe da Ternura, das irmãs missionárias de Nossa Senhora das
Dores e a pediatria do Hospital Municipal de Maracanaú.
Em uma apresentação, na festa de natal
de 2002 do Centro Espírita Jesus de Nazaré, alguns amigos, que desenvolviam um
trabalho semelhante junto à Associação Peter Pan, convidaram o grupo de
palhaços para visitar as crianças e adolescentes em tratamento de câncer no
Hospital Infantil Albert Sabin. Convite foi aceito, e o Grupo Fantasia passou a
acompanhar, uma vez por mês, amigos no trabalho que eles já realizavam no HIAS,
aproximando-se também da Associação. Então, foi mais uma parceria firmada e os
palhaços entraram de vez na luta contra o câncer infantil no Ceará.
Outra parceria importante foi
conquistada em 2003. Através da mãe de um dos membros do GF, a Associação de
Parentes e Amigos dos Excepcionais (APAE) de Maranguape tomou conhecimento do
trabalho do Fantasia e convidou-o para participar de uma das passeatas
organizada pela instituição. A partir dessa ocasião, o grupo tornou-se um
aliado da APAE de Maranguape, participando de vários eventos por ela realizados.
Aniversário de 10 anos dos palhaços |
O que os palhacinhos não imaginavam é
que alcançariam ainda outro âmbito de trabalho, bem diferente do qual estavam
acostumados. Em 2008, deu-se início as atividades do grupo junto à professora
doutora Ercília Maria Braga de Olinda, membro do corpo docente da Faculdade de
Educação da UFC (Universidade Federal do Ceará),como parte de sua pesquisa de
pós-doutorado. O resultado foi o livro Grupo Fantasia: Esperança,
Responsabilidade e Alegria, lançado em abril de 2009, que tem como tema central
a experiência religiosa dos integrantes no trabalho, fazendo também um apanhado
da trajetória do grupo.
Atualmente, o Fantasia realiza visitas
semanais ao Hospital Infantil Albert Sabin, em Fortaleza, e quinzenais ao
Hospital de Maracanaú, à Casa Família, ao Abrigo Domiciliar do Boa Vista e ao
abrigo da SOBEF (Sociedade para o Bem-Estar da Família), todos em Maracanaú.
Por todos esses anos de trabalho, o Grupo
Fantasia ganhou alguns admiradores e um certo reconhecimento, mas o que fica de
mais precioso são os inúmeros afetos, as amizades, os sorrisos e,
principalmente, a certeza de estar contribuindo para tornar mais feliz a vida
de tantas crianças e de cada voluntário envolvido nesse trabalho, mantendo viva
a esperança de um mundo em que todos vivam como irmãos.
Ano II - nº08
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